domingo, 30 de setembro de 2012

Remembers

Sábado chato e sem nada pra fazer, ela recebe uma notificação do chat no facebook e involuntariamente pensa em como seria a conversa se fosse ele:
- Qual o rolê de hoje?
- Sem idéias e ai?
- Ainda não sei, me diz você, o que me sugere?
- Não sei
- Sabe sim (6)
- Vsf
- Vemk então
- Otário
E no final estaria os dois juntos e felizes, se provocando e rindo um do outro, mas não, não era ele, porque seria? Já se passaram nove meses e a orgulhosa não correu atrás. Talvez fosse cedo demais, só que infelizmente agora é muito tarde.

domingo, 20 de maio de 2012

Tatuagem


Sabe uma coisa que quase todo adolescente quer ter? Tatuagem. Muitos acabam fazendo, pra decepção dos pais, da família. Meus pais são totalmente contra eu ter uma. Até marquei uma vez com o tatuador de eu ir fazer, decidi que ia fazer escondido, ele deve estar me esperando até hoje. O problema é que tatuagem, apesar de bacana é pra sempre, é definitiva demais pra uma coisa que muda tanto com o tempo: nossos interesses, prioridades, gostos. Hoje, pássaros saindo de uma gaiola nas suas costas inteira é a coisa mais tudo de bom. Amanhã, vai saber. E ai haja arrependimentos. Olhando algumas pessoas que fizeram e se arrependeram eu prefiro esperar minha mudança constante de opinião ser substituída por certezas da mesma. Mas continuo amando tatuagens.

Nada melhor pra fazer.


Bom, hoje é uma sexta daquelas frias que eu devia estar na rua acompanhada de alguém que me esquente. Acontece que estou em casa, lendo e bebendo um café forte e extremamente quente numa tentativa frustrada de que cause o mesmo efeito que o calor dele me causava. Escrevi bons textos antes desse por um único motivo: tédio. Não pretendo sair hoje, prefiro me sustentar aqui com as palavras que eu tenho, pelo menos essas são reais e isso é o mínimo. Enquanto eu pensava sobre o que escrever, uma voz irritante sussurrava na minha mente, ela dizia: fala do diário, fala, fala logo, vai!
Minha boca calada é o meu corpo gritando, também é um pouco a saudade falando por mim e matando tudo aqui dentro. Escrever é o jeito que eu tenho de não falar sozinha já que amigos pra me ouvir me faltam, verdade seja dita não quero cansar ninguém com as minhas besteiras. Hoje pela tarde resolvi que ia ler meu diário e sinceramente? Pensei que não, mas foi a melhor coisa que eu fiz, me fez enxergar algumas coisas. Em dias aleatórios, praticamente seguidos, lá fala do nosso “caso”. Li de um dia que falava assim “Hoje me perguntaram se eu não me importo em fazer roles de bicicleta, sinceramente? Isso é o que tem feito o meu mundo girar” ler isso foi definitivamente como matar o que a gente chegou a ser com um tiro na cabeça na minha frente. Passei horas chorando que nem uma louca. É isso mexeu comigo. Lembrei da conversa inteira quando li isso. Foi fatal. Muito. Concluí que isso está valendo a pena tanto pra mim quanto pra ele. Ele não é mais tão otário que nem antes. E eu não preciso mais me fantasiar de puta. Porque pra ter ele era isso que eu tinha que fazer. Jogar com uma única coisa. Prazer. Nossa relação tinha brigas por ciúmes, tinha atração, talvez tivesse paixão, mas não passava de um “caso” de não-amor. Tudo o que acontecia era dali pra fora. Inferno pessoal. E sabe o que unia a gente? A mesma coisa que me motiva a escrever em uma sexta-feira à noite: Nada melhor para fazer. Sendo assim posso entender o porquê sinto saudade e é de fato a mesma coisa que unia a gente: Nada melhor pra fazer, mesmo.

Quase.


Estava ali átoa, perdida ao acaso como sempre. Sufocada. Presa. Era como se uma mão apertasse seu coração. Perdeu o amor, mas não deu sorte de perder junto às lembranças. Seu amor – ele – foi embora. Disse que não dava mais. Sumiu. Seu amor – o amor por ele – era demais e continuava ali. Imóvel. Muito amor tortura. Pouco amor tritura. Amor que é amor não seca, não transborda, fluí. Sem ele. Sozinha. Inconsolada. Desiludida. Olhou a rua pela janela. Chovia. Jogou o cabelo pro lado. Tirou os sapatos. E foi andar na chuva. Descalça. Molhada. Em paz. Quase completa. Quase leve. Quase feliz.

Sobre mim.


Não estou me definindo, nem me limitando, isso nem seria possível já que em um minuto sou açúcar, no outro vinagre e no seguinte pimenta. Sim, sou doce, azeda e ardida e cada um tem o tempero que merece. Rock me revira. Lugares altos me libertam. Música errada no momento certo me tira do sério. Pessoa certa no momento errado também. E vice versa. Confesso, não sou fácil, ao contrário disso, sou puro drama. Saudade me magoa e detona com a menininha guardada aqui dentro, a mesma que ainda sonha em mudar o mundo. Já me iludi muito, mas já me surpreendi bastante também. Me encontro quando me perco, nos livros. Meu refúgio, meu esconderijo já que eles não me traem, não mentem. Escuto o barulho da chuva, a água pingando, pego o som e descrevo a água. Um porre de palavras me embriaga. Já que a moda a moda dos anos 2000 é estar sempre bêbada, vivo bêbada, bêbada de poesia e essa tem a melhor ressaca, não aquela que você acorda no outro dia parecendo ter sido mastigado pelo demônio, mas aquela sutil que mata de prazer.

Mudanças, mais uma vez.


Acordou

Olhou-se no espelho
Com outros olhos
Jogou o cabelo pro lado
Abaixou o decote
Subiu a saia
Trocou o perfume
E o cheiro do hidratante

Esqueceu as coisas ditas
-mentiras freqüentes-
Assim como seu olhar profundo
E seu sorriso com efeito calmante

(o dele)

Tratou de conquistar a liberdade

(a dela)

Lembranças? Guardou
Caso sentisse falta de uma mão no seu joelho
Caso sentisse falta

(dele)

Fato


Beijo no nariz
Inverno é a estação

Blusa de lã protege do frio

Da sadade
Não