Bom, hoje é uma sexta daquelas frias que eu devia estar na
rua acompanhada de alguém que me esquente. Acontece que estou em casa, lendo e
bebendo um café forte e extremamente quente numa tentativa frustrada de que
cause o mesmo efeito que o calor dele me causava. Escrevi bons textos antes
desse por um único motivo: tédio. Não pretendo sair hoje, prefiro me sustentar
aqui com as palavras que eu tenho, pelo menos essas são reais e isso é o
mínimo. Enquanto eu pensava sobre o que escrever, uma voz irritante sussurrava
na minha mente, ela dizia: fala do diário, fala, fala logo, vai!
Minha boca calada é o meu corpo gritando, também é um pouco
a saudade falando por mim e matando tudo aqui dentro. Escrever é o jeito que eu
tenho de não falar sozinha já que amigos pra me ouvir me faltam, verdade seja
dita não quero cansar ninguém com as minhas besteiras. Hoje pela tarde resolvi
que ia ler meu diário e sinceramente? Pensei que não, mas foi a melhor coisa
que eu fiz, me fez enxergar algumas coisas. Em dias aleatórios, praticamente
seguidos, lá fala do nosso “caso”. Li de um dia que falava assim “Hoje me
perguntaram se eu não me importo em fazer roles de bicicleta, sinceramente?
Isso é o que tem feito o meu mundo girar” ler isso foi definitivamente como matar
o que a gente chegou a ser com um tiro na cabeça na minha frente. Passei horas
chorando que nem uma louca. É isso mexeu comigo. Lembrei da conversa inteira
quando li isso. Foi fatal. Muito. Concluí que isso está valendo a pena tanto
pra mim quanto pra ele. Ele não é mais tão otário que nem antes. E eu não
preciso mais me fantasiar de puta. Porque pra ter ele era isso que eu tinha que
fazer. Jogar com uma única coisa. Prazer.
Nossa relação tinha brigas por ciúmes, tinha atração, talvez tivesse paixão, mas
não passava de um “caso” de não-amor. Tudo o que acontecia era dali pra fora.
Inferno pessoal. E sabe o que unia a gente? A mesma coisa que me motiva a
escrever em uma sexta-feira à noite: Nada melhor para fazer. Sendo assim posso
entender o porquê sinto saudade e é de fato a mesma coisa que unia a gente:
Nada melhor pra fazer, mesmo.
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