Estava ali átoa, perdida ao acaso como sempre. Sufocada.
Presa. Era como se uma mão apertasse seu coração. Perdeu o amor, mas não deu
sorte de perder junto às lembranças. Seu amor – ele – foi embora. Disse que não
dava mais. Sumiu. Seu amor – o amor por ele – era demais e continuava ali.
Imóvel. Muito amor tortura. Pouco amor tritura. Amor que é amor não seca, não
transborda, fluí. Sem ele. Sozinha. Inconsolada. Desiludida. Olhou a rua pela
janela. Chovia. Jogou o cabelo pro lado. Tirou os sapatos. E foi andar na
chuva. Descalça. Molhada. Em paz. Quase completa. Quase leve. Quase feliz.
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