segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

NEM O PASSADO, NEM O PRESENTE!

Ela era linda, baladeira, divertida. Não era o tipo que esperava sentada, quando queria ela fazia acontecer.  Era bom demais sair todos os finais de semana, “causar” na balada. Comprava bebida, cantava desesperadamente a música que trazia lembranças. Curtia a vida, não dava satisfação pra ninguém, não tinha hora pra chegar nem pra sair. Era bom viver assim.
Em uma viagem com a família, resolveu sair sozinha pra escapar do tédio, ligou o iPod no volume máximo, sentada na areia da praia, escondia o que passava por trás das lentes dos seus óculos de sol, ficou ali por um bom tempo pensando em tudo o viveu até ali.
De repente o coração resolveu se manifestar e perguntou em bom e alto tom: “É isso o que você planejou pro futuro?” ela tirou então um tempo pra ela, três semanas na viagem pensando sobre isso sem parar, três semanas de férias sem sair ainda pensando sobre a mesma coisa.
Ela não entendia, quando estava triste a mandavam sair e ir curtir a vida, porque agora reclamavam tanto? Percebeu que ela saia, saia, saia e não encontrava o que queria, o excesso havia lhe feito mal. Bebidas, baladas eram esconderijos de um coração quebrado. Era bom sair e comprar o que queria, mas era péssimo lembrar que o amor não se compra.
Era bom beber e sorrir com o ar, mas era péssimo não poder esquecer o amor assim que acabava a bebedeira. Ela se trancou em casa a partir do momento que viu que sair tinha passado de diversão pra consolo. O que ela escondia muito bem e não deixava ninguém imaginar era que quando tocava aquela música sua boca sorria, mas seu coração chorava. Ninguém sabia que quando ela chegava em casa bêbada não conseguia dormir por não ser aquilo o que queria pra ela. Ninguém no mundo pode explicar a sensação que ela tinha de ser paquerada por vários caras e sentir nojo de todos eles. Eles são qualquer um e qualquer um não valia mais a pena. Ela dormia chorando e acordava sozinha, sofrendo. Ela lembrava que nada do que fizesse adiantava. Só o tempo era capaz de curar essa dor. Ela inventava, criava, recriava e acreditava que ia passar. Porque é esse o sentido da vida.
Por algum tempo ela continuou triste, mas continuou sorrindo. Ela sabia que vez ou outra tudo ia passar e passou. Ela voltou a sorrir, a sair, a amar de verdade, sem fingir ser feliz.

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