quarta-feira, 28 de março de 2012

Pessoas mudam.


Há dias que a Karina não sabe se ela se deitou, se jogou ou se foi caindo aos poucos na cama, naquele dia em especial encontrava-se jogada, abandonada, procurando entender o motivo de sentir a angústia que sentia. Tinha música, aquela que a deprimia mais ainda, esse era o jeito mais eficaz e assustador de conseguir colocar suas lágrimas para fora. Não sabe dizer se é a lua ou a luz das estrelas, mas encontra-se perdida ao acaso, numa tentativa -frustrada- de se entender.
Naquele dia estranho, viu ele, Roberto. Que já não é mais o mesmo. Eram loucos um pelo outro, mas o que aconteceu? Porque acabou? Destino? Acaso? Talvez. Mas nesse dia encontrar ele foi mera conhecidência. Ela, que morria de amores por ele, não o reconheceu. Roberto havia mudado. Mudado de todas as formas possíveis. Não era mais o que ela admirava nem por fora e muito menos por dentro, estava bem longe de ser o cara que ela amou loucamente. Seus olhos não a olhavam mais. Suas mãos não a tocavam também. Nem palavras trocavam. Ela amava alguém que só existia dentro das lembranças e da saudade dela.
Lembrou então de quando estavam juntos. Dormir ao lado dele era uma das melhores sensações que já tivera, seu coração parecia com o de uma criança dançando na chuva pela primeira vez.
Mas agora Karina sentia-se cada vez mais distante de tudo isso. Roberto que antes a fazia rir com o jeito bobo dele, agora tinha um enorme humor negro. Ela sentia falta de quando ele a deixava brava de propósito, de quando ele à abraçava por trás e não a soltava, de quando ele era meloso, de quando ele era carinhoso e de quando ele era sensível, Karina sentia falta disso, mas acima de tudo, sentia falta dele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário